Fotos por Mauricio Malcher
|
Brasília completou 51 anos de idade. É impossível não se deixar seduzir pelo trocadilho, mas seria uma boa idéia começar a repensar o futuro da capital de nosso país.
Sou um brasiliense típico, nascido na árida região do planalto central entre os paralelos 15º e 20º, onde D. Bosco sonhou que surgiria uma grande civilização em uma terra prometida, vertendo leite e mel de uma riqueza inconcebível.
Acompanhei o crescimento da cidade que foi planejada para, no ano 2000, ter 500 mil habitantes. Atingiu essa cota em 1970 e no ano 2000 já tinha 2 milhões de pessoas vivendo no Plano Piloto e nas cidades satélites. Hoje são 2,7 milhões. Contudo, esse crescimento não foi previsto pelos visionários que conceberam o projeto inicial da cidade.
Em dezembro de 1987, a cidade foi tombada pela UNESCO como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Porém, o tombamento ENGESSOU uma cidade com pouco mais de duas décadas de existência. Algumas dessas aberrações se traduzem, por exemplo, nos acidentes fatais que ocorrem com freqüência no Eixão. Isso porque não se pode promover qualquer implementação de segurança, separando as faixas de rolagem por uma mureta de segurança, haja vista não estar prevista no Plano Diretor. Em que pese tal restrição, foram feitos estudos e diversas reuniões com entidades e autoridades "entendidas". Em 2010 estava tudo pronto e acertado para construção das muretas, mas o ancião de 101 anos, que não vive o dia-a-dia de Brasília, por intermédio de uma carta endereçada ao então Governador José Roberto Arruda, vetou à distância as muretas.
Em dezembro de 1987, a cidade foi tombada pela UNESCO como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Porém, o tombamento ENGESSOU uma cidade com pouco mais de duas décadas de existência. Algumas dessas aberrações se traduzem, por exemplo, nos acidentes fatais que ocorrem com freqüência no Eixão. Isso porque não se pode promover qualquer implementação de segurança, separando as faixas de rolagem por uma mureta de segurança, haja vista não estar prevista no Plano Diretor. Em que pese tal restrição, foram feitos estudos e diversas reuniões com entidades e autoridades "entendidas". Em 2010 estava tudo pronto e acertado para construção das muretas, mas o ancião de 101 anos, que não vive o dia-a-dia de Brasília, por intermédio de uma carta endereçada ao então Governador José Roberto Arruda, vetou à distância as muretas.
O transito no Eixo Monumental, principalmente na altura do Palácio do Buriti é caótico, porque não se pode construir um recuo para os ônibus pararem ao embarcar e desembarcar passageiros. Seria uma solução simples a construção de uma pequena faixa de acesso às paradas de ônibus, mas isso também contraria o Plano Diretor que não as previa.
Isso sem se falar nas super-quadras que são fechadas. Planejadas para abrigarem clubes de vizinhança, hoje causam um transtorno enorme para quem precisa ir para casa.
As construções de edifícios não prevêm um numero de vagas suficientes para que, quem vai ali trabalhar ou mesmo utilizar-se dos serviços oferecidos naquele prédio, possam estacionar seus carros.
Mesmo assim, hoje parte dos veículos é obrigada a parar em locais onde teoricamente seria proibido. Aliás, o numero de carros aumenta na proporção inversa ao surgimento de novas vagas mas diretamente proporcional ao aumento de placas de “proibido estacionar”.
Assim, no limiar de seus cinqüenta e um anos de idade, Brasília precisaria adequar-se à sua realidade. Coordenar ações que permitam a cidade crescer, sem ferir o que JK realmente idealizou – Brasília a Capital da Esperança precisa de pequenas alterações no projeto inicial de Lucio Costa, para que seja realmente a capital do terceiro milênio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário